quarta-feira, 19 de setembro de 2007

18 de Setembro de 2007

E lá estava eu na cozinha às 7.00 da manhã, invariavelmente com o umbigo no fogão e fazendo café pra turma que não demorava a acordar. A manhã me espreitava da janela com uma cara meio desanimada e um tanto bocejante. Ela também já sabia o que viria pela frente; a gente combinava até nisso. Chegamos a bater uma aposta que não deu muito certo porque tínhamos a mesma certeza. Materializada em forma de Carola, aparece minha filha com um sorriso nos lábios dizendo que só faltavam dez dias pro seu aniversário. Essa rotina se estendeu até quando foi possível encher as duas mãos com dedos que entravam em contagem regressiva e iam se escondendo um a um. Foi quando eu, do alto dos meus 57 anos e com uma certeza incorruptível, resolvi perguntar pra ela o porque de tanto entusiasmo. Pela minha ótica, um aniversário é apenas uma oportunidade para se ficar um ano mais velho, correr atrás de mais uma ou duas rugas na testa e um ligeiro plissado nos cantos da boca. Isso sem falar na indignidade da dependência, dos fraldões e coisas afins. Com a naturalidade de uma criança pequena, ela me olhou bem nos olhos e disparou:

- Pois eu adoro meu aniversário. Já parou pra pensar que há 31 anos nascia uma princesinha que ia ser assim, feliz, com saúde e trazendo alegria pra tanta gente? Vamos comemorar, uai!

Parabéns, filha. Sem perceber, você transforma seus momentos em oportunidades, se entusiasma e extrai o máximo das pequenas coisas deixando pra trás emoções mornas e vazias.

A partir desse dia, a manhã pediu desculpas pelo bocejo e eu deixei de fazer perguntas idiotas.

5 comentários:

Anônimo disse...

Ah, a alegria que ela tem em viver é mesmo impressionante. Talvez esteja aí a grande vantagem dela em relação aos outros. Enquanto a gente conta as rugas e os dias que restam até o suspiro final, ela segue ensinando que a vida é para ser vivida.

Mas, cá entre nós, verdade seja dita: se eu ganhasse tantos presentes no meu aniversário, talvez reconsiderasse a antipatia que tenho em comemorá-lo.

Anônimo disse...

A gente vai achando que tá ensinando... toma, toma, toma, toma!

Anônimo disse...

Ela é mesmo uma princesinha ! Nas oportunidades que estamos juntos, que para a nossa felicidade não são raras a mjuito tempo, gostamos de ficar admirando as suas pequenas e inocentes reações, quando ela evidencia a importancia de um simples carinho, um simples olhar, um sorriso de graça para quem quizer, tudo com muita ternura e como tanta franqueza... Talves seja a única pessoa que conhecemos que só quer uma coisa da vida, o amor das pessoas, sem nenhuma escolha ou preconceito, o amor dos animais de qualquer raça, da natureza de qualquer lugar e de Deus, não é mesmo?

E.T. É bom lembrar que toda princesinha tem uma mãe que é uma rainha ...

MARQUINHO/Rô

Eliana disse...

Dada, que bom vc estar acompanhando minhas postagens. É assim que a gente começa, né? Com a ajuda dos amigos!!! Brigadão.Bjs.

Marquinho e Rô, benvindos!!! Obrigada pelas palavras carinhosas. Tanto eu quanto a Carola agradecemos as gentilezas. Concordo em gênero e número em tudo o que vcs disseram sobre a Ló, especialmente (e com mtos agradecimentos messsssmo) aquela parte que fala sobre a Rainha. Estou quase convencida disso!!! Bjs.

Anônimo disse...

Li,
Como pessoas queremos sempre crescer e este crescimento vem sempre através das experiência que temos com o convivio diario com diferentes pessoas. A Ló nos ensina sempre com a simplicidade e pureza que emana dela. Sei que voce tem e descobriu, durante todos este anos, a capacidade de estar sempre tirando dela o melhor, que muitas vezes não é fácil, mas voce tenho certeza que a cada dia vai se aperfeiçoando no convívio com ela. Parabens Li, ela reflete tudo de bom que voces pasaram para ela. Amo voce, amo sua família. Beijos. Rô