Fico de cá, pensando nas injustiças da vida. Não exatamente naquelas que nos flagelam, mas nas que participamos tendo que ficar apenas como espectadores.
Dia desses, me chega a Carola, indignada, contando:
- Mãe, cê não imagina o que me aconteceu agora. Sabe a D.Gislaine, aquela que mora na casa velha e tem um salão de cabeleireiro? Pois é. Eu dei bom dia pra ela por três vêzes e nada. Na primeira, achei que ela não tinha me visto. Na segunda pensei que ela não tinha me escutado. Depois da terceira, ela botou as mãos na cabeça e disse:
- Puta merda, o diabo chegou!!! Cê não faz nada aqui. Nem unha, nem cabelo! Sai fora!
- E eu saí. Logo eu, que vivo comprando jaboticaba dela! Depois me disseram que ela é meio tan-tan, coitada. A gente tem que desculpar, né? Afinal de contas ela é biruta...
Tem gente que escolhe o caminho mais difícil para conquistar lugar de direito na vida, tipo essa tal de D. Gislaine. Não quero concessões, apenas respeito. Fico de cá, olhos atentos, percepção aguçada e quase zero de proteção. Receita de mãe que também vem aprendendo a cada dia que o contraponto do seu controle é o burilamento da auto-estima do filho.
Cabe aqui uma nota:
" Preconceito: doença que turva nosso olhar e entorta nossa alma; que nos diminui e nos emburrece."
Xô!!!
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Um comentário:
Tia Lili, tô com muita saudade. Essas coisas acontecem e aparentemente continuarão a acontecer, né? Ainda bem que a Carola tem um coração igualmente excepcional. Beijos.
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